No âmbito do Cursinho Popular Carolina Maria de Jesus, projeto de extensão do Campus de São Paulo do Instituto Federal, que visa a proporcionar maior base a estudantes de baixa renda e/ou marginalizados socialmente para que possam pleitear vagas no ensino superior, esta comunicação pretende dar a ver as ações que vêm sendo feitas em relação às aulas de literatura, e procurará elucidar qual a relação que os estudantes mantêm com esse tipo de disciplina, como encaram a “utilidade” da Literatura ou mesmo a inexistência dela, sobretudo quando têm que estudar disciplinas muito díspares e focando uma finalidade prática, que é ter uma boa colocação no ENEM ou em vestibulares. Desse modo, foram feitas pesquisas sobre os hábitos de leitura pessoais e familiares desses estudantes, sobre o modo como enxergam as aulas dessa disciplina específica no cotejo com suas visões subjetivas, morais e religiosas e também com os dados socioeconômicos que foram coletados quando da matrícula dos estudantes. A presente proposta de comunicação pretende relacionar a realidade desses estudantes com a visão que têm da literatura como mecanismo de reflexão ou engajamento social e pessoal – ou aferir a inexistência dessa correlação – para pensarmos não só as ações do Cursinho, mas também o modo como a área da educação pode lidar com uma sociedade tão diversa como a nossa, e que prega a rapidez, a utilidade prática explícita e o dinamismo como atributos indispensáveis à atualidade, atributos estes que diferem enormemente da prática de leitura e do modo como a literatura funciona.